Jaqueta de couro preta e Jensen Huang viraram sinônimo de uma identidade visual poderosa e emblemática. E se você ainda não sabe quem é o CEO da Nvidia, ou que empresa é essa, eu também não sabia até há poucos dias.

Fiquei conhecendo o “CEO da jaqueta de couro preta” ao ler a coluna de Vanessa Friedman, diretora de Moda do New York Times. Fui atrás de um letramento inicial sobre Huang e sua empresa, o que me ajudou muito a compreender seu vestir e estilo pessoal.

Faz parte do meu trabalho de consultora estar sempre atenta às mensagens da roupa, códigos de vestimenta e a comunicação de imagem.

Jensen Huang é cofundador e CEO da Nvidia, criada em 1993, de onde vêm poderosas placas de vídeo para PC. A empresa deu um novo salto com o chip de processamento de dados, chave para desenvolvimento da Inteligência Artificial generativa como o ChatGPT.

Quando a Nvidia recentemente alcançou o valor de US$ 1 trilhão, entrando para o clube da Apple, Alphabet (Google) e Amazon, o vestir de Jensen Huang migrou do mundo da tecnologia para os holofotes de um estilo pessoal emblemático, que comunica quem é ele e o que sua empresa representa.

Marca pessoal intencional, forte e eficiente

Huang está construindo seu vestir há 20 anos, reafirmando a própria assinatura de estilo, comunicando com sua jaqueta de couro preto uma imagem emblemática da dinâmica veloz do século 21. E o CEO da Nvidia parece muito à vontade com seu ‘uniforme’, o que significa ser autêntico no vestir.

  • “A jaqueta é um objeto que se tornou um significante – de uma pessoa, mas também o grande salto que essa pessoa representa. E essa associação coloca Huang no mesmo clube que Steve ‘gola alta preta’ Jobs, Mark ‘camiseta cinza’ Zuckerberg e Jeff ‘Pitbull” Bezos” (Vanessa Friedman editora de Moda do NYT)

A jaqueta é a assinatura visual de Huang que fez do seu estilo pessoal um mensageiro intencional, forte e eficiente da imagem do executivo criativo, arrojado, que domina os códigos de vestimenta com seu ‘uniforme’.

Códigos de vestimenta

Assim como Steve Jobs fez dos suéteres de gola alta Issey Myake sua icônica marca pessoal, Jensen Huang e seu look todo preto de jaqueta, jeans e tênis surge como uma espécie de rockstar da tecnologia. Nenhum outro CEO do Vale do Silício alcançou até agora o patamar de estilo dos dois.

Para Richard Thompson Ford – autor de ‘Códigos de vestimenta’, se Huang, 60 anos, usasse terno ou polo + calça caqui pareceria um “gerente intermediário convencional”. Sua escolha de vestir é a antítese disso.

O CEO da Nvidia varia os modelos de suas jaquetas, que tanto podem remeter à Perfecto original (1928) quanto ter detalhes acolchoados. Sua assessoria não divulga as marcas, mas nos EUA jaquetas “Jensen Huang” já aparecem em sites de roupas.

Roupas contam histórias e fazem história

Roupas contam histórias! A assinatura visual de Huang reverbera sua trajetória e a de sua empresa: inteligência, velocidade, funcionalidade. E poder! Ele está dizendo que está muito à frente, ao mesmo tempo que se conecta com o imaginário de rebelião e transgressão da peça. Usa a moda como ferramenta, não como sujeito do seu vestir.

  • Foi nos anos 1950 que a jaqueta de couro preta foi elevada à potência máxima e não saiu mais de cena.
  • O ator Marlon Brando usou uma jaqueta preta no filme “O Selvagem da Motocicleta” (1953), tornando a peça tornou-se símbolo de rebeldia e contestação. Um visual considerado tão perigoso à epoca que a peça foi banida em algumas escolas dos EUA.
  • A famosa Perfecto foi desenhada por Scoth Bross em 1928, mas só vinte anos depois a cultura da jaqueta decolou no país e ganhou o mundo.
Miriam Lima

Miriam Lima

“Luto por um mundo mais justo e humano e ensinei isto a meus filhos. Determinação e persistência são características das quais me orgulho. Acredito que as mulheres são várias, mas também únicas, daí que dedico meu trabalho a cada uma delas e como todas nós algumas vezes ‘enlouqueço’ com as dinâmicas da vida. Escrever neste espaço sobre imagem pessoal, inconsciente, estilo, comportamento, humanidades me enche de alegria” PS – “LEVEI UMA VIDA PARA ME SENTIR BEM NA PRÓPRIA PELE”

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