O que Viva Magenta, a cor do ano Pantone, desperta em você? Será que em 2023 vamos ver muitas roupas, calçados, acessórios nesse tom carmim? E no design, decoração, arquitetura?
A cor de 2023 foi baseada no corante vermelho da cochonilha, inseto cintilante prateado. Viva Magenta (18-1750) remete à natureza e se conecta também à tecnologia. A ideia é que funcione tanto no mundo físico, quanto no virtual
“Uma cor audaciosa, cheia de humor e inclusiva”, segundo o Instituto Pantone, que transmite equilíbrio entre os tons quentes e frios.
- Para chegar à definição da cor do ano, a Pantone trabalha com uma equipe de especialistas de diversas áreas.
- São profissionais que reúnem informações do que está acontecendo no mundo – arte, economia, esportes, comunicação, tecnologia, meio ambiente.
- Quais são os filmes mais vistos? As obras de arte e exposições mais comentadas? E os programas de TV e streaming? O que tem sido visto nas ruas e nas plataformas digitais? E nas passarelas de moda? Por onde estão caminhando design e decoração?
Enfim, tudo o que movimenta as pessoas, seus sentimentos, percepções, o imaginário coletivo, a cultura, a moda, a gastronomia. Desse levantamento nascem os relatórios para lançar a Cor do Ano, que envolve tanto as tendências de comportamento, quanto a produção de áreas criativas.
- Os pesquisadores da Pantone mapeiam o que foi visto e percebido, assim como os sentimentos das pessoas e suas expectativas. Uma espécie de retrato de desejos, sonhos e buscas do mundo contemporâneo.
- Ou seja, um resumo dos acontecimentos do ano que está acabando, enquanto, ao mesmo tempo, se tenta traduzir na escolha de uma cor o que se espera, se necessita e se deseja do ano seguinte.
O que a Pantone está contando com a Cor de 2023?
Na moda, o vermelho é uma cor clássica, que surge agora renovada no carmim que vem do magenta com um pouco de amarelo e de preto. Para a Pantone, “uma cor audaciosa, cheia de humor e inclusiva”, que transmite equilíbrio entre os tons quentes e frios.
Não à toa, nas semanas de moda teve muito vermelho nas passarelas – em Nova York, o estilista Michael Kors apresentou a cor em alguns looks e na SPFW54 a Neriage trabalhou algumas peças no tom que remete ao carmim do Viva Magenta. Por sinal, muito bonitas.
O vermelho atravessa a história da moda
Se a gente pega a história da moda, o vermelho nunca sai de cena. Basta lembrar de Valentino, que elegeu a cor em diversas coleções, desde a primeira, lançada em 1962. Ou de Christian Dior, que considerava o vermelho a cor da vida.
E penso que é mesmo a cor da vida, que tem significados e expressa diferentes emoções, de acordo com a pessoa. O vermelho está na alta costura, na alfaiataria, em peças mais informais, nos tricôs. Dos saltos e solados de Christian Louboutin ao centenário All Star.
“Vermelho é meu preto… É fascinante, é vida, sangue da morte, paixão, amor, a cura total da tristeza” (Valentino Garavani, estilista)
“Viva Magenta é corajosa e destemida, uma cor pulsante, cuja exuberância promove uma celebração alegre e otimista, escrevendo uma nova narrativa. Dá as boas-vindas a todas e a todos com a mesma energia de vida e espírito rebelde” (Leatrice Eiseman, Instituto Pantone)
“Uma cor energética e benéfica. É a cor da vida. Amo o vermelho e acho que fica bem em quase todo tipo de tez. Também é bom para qualquer hora” (Christian Dior)
As cores também contam histórias sobre o nosso vestir
Gostei muito do Viva Magenta, que me transmite energia, vibração, força. Uma cor que faz parte da minha cartela cromática – sou inverno profundo, embora prefira tons mais neutros no meu dia a dia. E as cores também contam histórias do vestir – as minhas, as suas e das clientes da consultoria de estilo e imagem.
E o vermelho? Bom, a cor tem um lugarzinho no meu armário, seja em alguma roupa de festa, seja para trabalhar ou passear.
Tem momentos que me sinto inspirada para usar vermelho. Por isso, quem gosta deve e pode adotar, mesmo que não seja aquele tom indicado na cartela cromática da pessoa.
- Roupa comunica, né, gente? O que passa pela cor. E tons de vermelho não faltam para quem gosta da cor, mesmo que não fiquem tão próximos do Viva Magenta.
- Como bem disse Twiggy, “não há necessidade de se vestir como todo mundo. É muito mais divertido criar seu próprio visual”
“E seu eu não gostar das cores da minha paleta?”
Essa é uma pergunta que novas clientes costumam fazer. E digo a elas que a paleta cromática é uma ferramenta para facilitar, não complicar a vida.
Quando chegamos à etapa da coloração, no meu jeito de trabalhar, que está no Método Interno Estilo, já avancei bastante sobre as dificuldades e desejos de imagem da minha cliente.
Já entendo um pouco melhor, junto com a cliente, sua relação com o vestir. Isso, certamente, facilita que eu a ajude, respeitando seu estilo e gosto pessoal.
- Existe uma gama imensa de tons e de recursos para aproveitar as cores/tons que favorecem cada pessoa, sem abrir mão daquelas que ela mais gosta.
- Acessórios e calçados são poderosos aliados, assim como itens de make, como sombras, batom, delineadores.
- Detalhes fazem diferença no look e apostar neles costuma dar resultados criativos.
- Quem não gosta de algumas inspirações? Sites como o Pinterest e de street style continuam sendo fontes de referência.
A linha do tempo das cores Pantone começa em 2000
A Cor do Ano Pantone foi lançada pela primeira vez em 2000 com Cerulean, um azul suave, representando tranquilidade e satisfação pela chegada de um novo milênio.
- De lá para cá, com Viva Magenta, são 24 cores do ano já lançadas. Em todo esse tempo, contando a Cor de 2023, apenas três tons vieram do vermelho – os outros dois são Chili Pepper (2007) e True Red (2002).
- O True Red foi bem simbólico, remetendo aos sentimento de incerteza e insegurança pelo 11 de setembro nos EUA.
- Ao mesmo tempo, a cor representou, segundo a Pantone, compaixão, poder e amor como reação à violência dos ataques terroristas nos EUA e a morte de milhares de pessoas.
Dá uma conferida nas 24 cores eleitas pela Pantone. E me conta, você tem alguma favorita entre elas?