Cris Dorini e Miriam Lima (*)

Em nove anos, a presença das mulheres no mercado mundial de trabalho será em média de 40%, o que significa mais 100 milhões de mulheres participando diretamente da economia global. Os dados são de um estudo da Global Mega Trends, que revelou, ainda, que antes disso, até 2025, a diferença de gênero no mundo do trabalho será reduzida em pelo menos 25%. Previsões como essas trazem, claro, ânimo e estímulo, mesmo que precisemos avançar em aspectos objetivas como igualdade salarial e oportunidades de carreira. Afinal, representamos cerca de 52% da população mundial, mas ainda existe um longo caminho a percorrer, incluindo lidar e vencer a cultura do etarismo, que atinge ambos os sexos.

Entretanto, são as mulheres que enfrentam mais obstáculos para ascender na carreira conforme envelhecem, e apesar da pertinência do tema poucos estudos e pesquisas trabalham recortes do preconceito de idade por gênero. Um dos poucos com essa interseção é o “The Riveter Listening Tour”, de 2019 – a pesquisa da empresa norte-americana de coworking foi feita com 1500 mulheres e incluiu 100 entrevistas.

Segundo o relatório da Riveter, 58% das mulheres ouvidas consideraram que seus atributos físicos influenciavam no ambiente de trabalho. Mas foi especialmente a relação entre aparência e idade que chamou a atenção dos pesquisadores. Mulheres acima dos 40 anos afirmaram que suas oportunidades na carreira eram progressivamente reduzidas frente ao envelhecimento e 21% delas se sentiram discriminadas ou foram até demitidas em função de sua faixa etária.

Não por acaso, Gisela Castro, especialista em longevidade, e doutora em Comunicação e Cultura, disse que “a mulher se torna socialmente mais velha muito cedo, bem antes do homem”. Em uma entrevista a Marie Claire a pesquisadora afirma que continuamos vivendo em uma sociedade ‘jovencêntrica’, em que ainda impera a cultura de se manter uma aparência jovem em qualquer idade, e que essa máxima de juventude eterna afeta especialmente as mulheres. Ela lembrou também que por décadas a bandeira da inclusão etária foi marginalizada pelo feminismo, e só recentemente, quando as militantes alcançaram os 50+, o tema emergiu, porém o debate ainda é incipiente.

Ao mesmo tempo empresas e corporações entenderam que a diversidade geracional pode ser um ativo. Até 2040, segundo o IPEA, metade da força de trabalho no Brasil terá mais de 50 anos, mas certamente as mulheres que já atingiram essa faixa de idade não podem ficar esperando pelo futuro. Nosso tempo é hoje e precisamos dar curso as nossas metas, ambições e aspirações ligadas à carreira, sejam elas no corporativo, como líderes, CEOs, gestoras, empresárias, empreendedoras, profissionais liberais. Para isso, não basta determinação, mas estratégias e aprendizados sobre como nos movimentar e nos apresentar ao mundo.

Questões ligadas a idade, que incluem a própria autoimagem, precisam ser revistas. Na verdade, ressignificadas, o que não é fácil ou dá para tirar de letra ou em um piscar de olhos. Entre a Primeira Grande Guerra (1914/1918), quando a mulher se viu convocada como força de trabalho, e essa terceira década do século 21, continuamos lidando com alguns entraves, ainda lutando nossas batalhas por um lugar ao sol no topo do mercado de trabalho.

 

 

1

Entre as muitas questões envolvendo a mulher no mundo do trabalho e do empreendedorismo está a marca pessoal.

 

2

Estamos falando de imagem, o que vai muito além do dresscode, e inclui capacidades, qualificações, motivações, personalidade e tudo o mais que nos faz ser quem somos com autenticidade.

 

3

Ou seja, a imagem se sustenta em quatro pilares – aparência (vestuário e cuidados pessoais); comportamento (gestos e atitudes); comunicação e presença digital.

 

4

Querendo ou não somos uma marca. Não importa em que ponto está a vida profissional. Não importa se a mulher é uma gestora, empresária ou empreendedora, cuidar do gerenciamento da marca pessoal é cada vez mais essencial.

 

 

Agefull ou ‘cheias de idade’, um novo jeito de dizer não aos estereótipos etários

Até mesmo algumas denominações, uma forma de mulheres 40, 50, 60+ quebrarem preconceitos sobre sua imagem, começam a ser revistas. Um bom exemplo é ‘ageless’, usada para designar pessoas ‘sem idade’, ou que se recusam a ser rotuladas pela idade. Especialmente nas redes sociais, o termo agefull, ou cheia de idade, está sendo adotado para ressignificar a expressão anterior, considerada de certa forma uma negação da própria faixa etária. Mas não importa com qual delas a mulher se identifica, ou se passo ao largo de tais expressões, preferindo seguir reinventado a vida pessoal e profissional e lidando com os desafios dessa caminhada, já que o que os sonhos não envelhecem. De resto todas nós vamos experimentar os efeitos do envelhecimento, e o que faz diferença é a forma como envelhecemos e vivenciamos a passagem do tempo.

 

  • AGELESS – O termo se refere a pessoas sem idade e começou a ser adotado há poucos anos para difundir a cultura de que beleza, bem-estar, satisfação com a própria imagem não estão limitadas a juventude. Hoje novos debates envolvem a expressão ageless a fim de que não se torne um novo rótulo social e de mercado, limitado a aparência física, mas que se expanda revelando as possibilidades, competências e produtividade das pessoas maduras.
  • AGEFULL – Mulheres no mundo todo começam a adotar essa expressão, reverberando o “cheia de idade” como uma evolução do ageless. Ou seja, as mulheres já não precisam mais da cultura do “sem idade”, pois as experiências de vida, o passar dos anos, a maturidade e a velhice são processos que todos vivenciamos. Negar a faixa etária seria, nesse entendimento, criar novos padrões de estereótipos etários.
  • PERENNIALS – Expressão cunhada por Gina Pell, editora do The Wha, em 2016, que significa perene, e designa pessoas com estilo de vida, gosto, relações sociais, comportamento e hábitos de diversas faixas etárias. Os perennials se movimentam por sua identidade social, não pela idade cronológica. São mulheres a partir dos 40 anos, que já não consideram determinante a aprovação do outro, que começaram a puxar essa fila.

 

 

As novas ‘mulheres mais velhas’ estão se reinventando no trabalho e na vida

Fato é que as ‘novas mulheres mais velhas’ também estão se reinventando pessoal e profissionalmente e a longevidade é uma de nossas maiores conquistas. Mas para essa conquista estar à altura de nossas expectativas é preciso fazer nossa parte. A vida que teremos aos 50, 60, 70, 80 anos será fortemente influenciada pela vida que levamos atualmente – pelo jeito que vivemos hoje. Entendemos que longevidade saudável é usufruir de cada ciclo cuidando das dimensões emocionais, intelectual, física, financeira e transcendental.

Cuidar da carreira e da vida profissional faz parte desse processo, o que exige estar bem na própria pele e nos reconhecer na forma como nos apresentamos. Dificuldades para lidar com a imagem pessoal são bem mais recorrentes do que imaginamos: será que as mulheres 40, 50, 60+ estão preparadas para serem protagonistas, rompendo com os códigos de invisibilidade social e profissional? Essas questões estão sendo discutidas por nós, Cris Dorini e Miriam Lima, há muitos meses, e juntamos nossas expertises em consultoria e gestão de imagem às nossas vivências para a criação de um workshop para mulheres a partir dos 40 anos.

‘Imagem Pessoal e Autoconhecimento – Imersão para Mulheres 40, 50, 60+‘ é resultado de nossas experiências, pesquisas, estudos e formação na área de imagem. Nós duas passamos por revoluções profissionais e migrações de carreira, sentimos na própria pele os dilemas e dúvidas desses processos. Ambas migramos de áreas muito distintas e estamos conseguindo nosso lugar ao sol na consultoria de imagem. Ou seja, o bom manejo de nossa imagem pessoal ajudou, e muito, nessa mudança.

Portanto, importa como você se veste, se comunica e fala no mundo off-line e no on-line. Então como desenvolver sua imagem e marca pessoal, se diferenciar e ser alguém de valor único? Vale dizer que a forma como o mundo nos vê e percebe está ligada à marca pessoal. Muitas vezes não nos damos conta do que estamos comunicando com nossa imagem e que os ruídos de comunicação da imagem atrapalham nossas interações. Isso pode significar perdas de oportunidade no mundo dos negócios, do trabalho, do empreendedorismo e em nossa rede de network. É muito mais comum do que se imagina a pessoa não entender as mensagens que passa com sua imagem pessoal.

 

“Boa aparência não substitui competência, mas não há competência profissional que não se beneficie de boa aparência”

 

GLÓRIA KALIL

A frase da jornalista e consultora Glória Kalil contextualiza muito bem algumas das questões envolvendo imagem pessoal. Quais as estratégias, que nós mulheres, podemos e devemos adotar para sair da invisibilidade no mercado de trabalho, especialmente aquelas com mais de 40 anos? Apesar das mudanças em curso, que incluem a valorização de pessoas mais velhas no mercado, até mesmo em migrações de carreira, ainda enfrentamos obstáculos ligados à idade. Muitas profissionais relativamente jovens já se preocupam com o impacto em suas carreiras à medida que envelhecerem.

 

 

Imagem e marca pessoal X idade: como tirar proveito das experiências de vida?

Dá para valorizar a imagem e marca pessoal, tirando proveito da própria idade e das experiências profissionais e de vida? Mesmo sem fórmula X,Y ou Z, é possível lidar com essas questões e avançar muito e no workshop vamos trabalhar as especificidades da imagem pessoal de mulheres 40, 50, 60+.

Em nossas experiências e práticas de atendimento fica cada vez mais claro que o autoconhecimento é a base de uma imagem e marca pessoal sólida, forte, autêntica. Ou seja, aquela em que cada pessoa expresse para o mundo seu valor único. Tanto que a abordagem do tema é um dos pontos altos de nossa imersão, visto que o conhecimento de si mesmo ganhou importância para lidar com esses aspectos subjetivos, que reverberam na vida profissional, em uma cultura cada vez mais conectada.

O que seria uma imagem pessoal que promova a saúde mental? No curso vamos falar também sobre essa questão, ligada às nossas emoções, nossa autoimagem e os benefícios do autocuidado. Para isso, entra na pauta do workshop temas que envolvem novos parâmetros de idade e envelhecimento, que incluem como nos libertar de ideais inalcançáveis de beleza e rejuvenescimento. Ou como romper padrões de imagem e estética ditados de acordo com a idade, já que ainda temos uma cultura imersa em estereótipos de idade e de aparência.

Vamos oferecer e compartilhar no workshop um conteúdo e uma experiência que vão mudar a forma como as mulheres 40, 50, 60+ vêm o trabalho, a carreira, a vida e o próprio olhar sobre elas mesmas. São oito horas de imersão para mulheres que estão revolucionando os modelos de liderança e gestão, dentro e fora das organizações, com sua forma singular de ver e entender o mundo e as pessoas.

 

SOBRE NÓS

Cris Dorini Há cinco anos trabalho com Gestão de Imagem Profissional e estratégia para varejo de moda, após 25 anos de carreira no mercado corporativo. Atuo diretamente com as empresas, ministrando cursos, treinamentos, workshops, mentorias e consultorias estratégicas.

Miriam Lima Sou consultora de imagem e estilo pessoal, especialista em gestão de imagem com foco no autoconhecimento, criadora do método Interno. Psicanalista com mais de 20 anos de atendimento clínico, lancei uma marca de moda festa, que foi o embrião para minha carreira na consultoria.

QUER SABER MAIS E CONHECER A PROGRAMAÇÃO E O CONTEÚDO DO WORKSHOP? BAIXE AQUI O PDF!

 

 

 

Miriam Lima

Miriam Lima

“Luto por um mundo mais justo e humano e ensinei isto a meus filhos. Determinação e persistência são características das quais me orgulho. Acredito que as mulheres são várias, mas também únicas, daí que dedico meu trabalho a cada uma delas e como todas nós algumas vezes ‘enlouqueço’ com as dinâmicas da vida. Escrever neste espaço sobre imagem pessoal, inconsciente, estilo, comportamento, humanidades me enche de alegria” PS – “LEVEI UMA VIDA PARA ME SENTIR BEM NA PRÓPRIA PELE”

Leave a Reply