A grande dificuldade da consultora que tem uma boa técnica muitas vezes é compreender o que a cliente realmente busca na CI. Qual a dor daquela cliente? Pode parecer fácil, porém de óbvio isso não tem nada. Imagem e palavra têm de andar lado a lado. Oferecer um ‘diagnóstico’ à primeira vista pela aparência, jeito de vestir, roupa e acessórios, por exemplo, é tomar a imagem pela imagem. Essa antecipação desumaniza o atendimento, compromete o resultado e traz um alto risco da pessoa sair do processo pior do que entrou.

Não é a técnica que vai diferenciar a consultora, mas seus recursos para entender as dores e vulnerabilidades de imagem da cliente. Vivemos uma época de valorização da diversidade, quebra de padrões. Como a profissional pode trabalhar nessa cultura, nesse mundo, sem rever conceitos da CI formulados há mais de 30 anos?

Consultoria é sobre gente. Gente que faz escolhas de roupa, que tem inseguranças com seu vestir, que se questiona sobre estilo pessoal. A cliente nos convoca para ajudá-la a expressar sua imagem pessoal ou profissional e leva suas histórias de vida para a consultoria. Mesmo que não queira, mesmo que esse repertório seja inconsciente, todos temos dores e vulnerabilidades de autoimagem.

  • Por que a cliente responde mal a consultoria, não implementando, por exemplo, as propostas da consultora?
  • Quantas clientes, pouco depois do processo de CI, retornam à expressão imagética de antes do atendimento?

Isso ocorre mais pela falta de entendimento da consultora sobre as dificuldades de imagem da cliente. Não adianta expertise técnica se ela não é usada para amparar a cliente. Análise de estilo, teste de coloração e revitalização do armário são muito importantes. Mas para uma CI que transforma a vida da pessoa, a profissional precisa adquirir habilidades e aprender as ferramentas que levem a cliente a compreender algumas de suas dores de imagem.

Quatro dores de imagem que a cliente leva para a consultoria

  1. Querer ser enquadrada em padrões idealizados de beleza, estética e imagem. Que costumam ser inalcançáveis, criando um looping de insatisfações.
  2. Uma visão distorcida de sua imagem, vivenciando conflitos com o espelho: não gosta do que vê e costuma se comparar demais às outras pessoas. Não consegue enxergar suas singularidades, algo só dela: o que torna alguém interessante e único pode estar nos gestos, no olhar, no sorriso, no andar…
  3. A dor expressa na afirmação de que ‘não tem o que vestir’. Isso, mesmo quando tem um armário com muitas roupas e acessórios. Não existe item de moda ou marca de luxo que preencha essa espécie de buraco, pois possivelmente vem de outras insatisfações com sua vida.
  4. Comprar roupa e itens de moda de um jeito compulsivo, que interfere, inclusive, na vida pessoal. Deixar de fazer um programa com amigos, ou mesmo abrir mão de um encontro, por idas ao shopping. Ir às compras cria uma satisfação momentânea, não resolve insatisfações, e alimenta um ciclo consumista.

Como alcançar a abordagem mais focada na cliente?

Humanizar é se dedicar e tentar compreender os entraves de imagem da cliente. Suas dificuldades de lidar com as imperfeições e incompletudes relacionadas à imagem, que levam a idealizações de padrões estéticos. Dor de imagem está relacionada também ao jeito como a pessoa se percebe, envolve a autoimagem, que vai sendo constituída desde a mais tenra idade.

  • Dê à cliente um espaço de fala, sem se valer no início dos questionários dirigidos. Reserve-os para as etapas subsequentes, voltadas para diagnósticos e soluções técnicas.
  • Conduzir uma entrevista de forma mais fluida abre uma via para a cliente falar de suas questões de imagem.
  • Para isso, conduza o processo, não a cliente. Cabe à consultora auxiliar a cliente para que ela elabore o que precisa e busca na CI.
  • A consultora deve ter manejo para implicar a cliente no processo, o que inclui suas dores de imagem, que passa muitas vezes por um guarda-roupa cheio, com peças que sequer são usadas.

O que é a verdadeira humanização na consultoria de imagem

Algumas clientes têm o mesmo biotipo, a mesma família de coloração, idade, até profissão. Mas suas histórias de vida são únicas, o que torna singulares suas percepções de imagem, aparência, a forma como se enxergam. Cada cliente funciona de um jeito. Cada cliente tem seu tempo. Não dá para ser rígida com as etapas da consultoria – algumas pessoas podem ser atendidas e ter suas demandas resolvidas em cinco encontros. Outras demandam mais recursos e novas abordagens.

A grande ferramenta da humanização é a escuta da cliente. É a palavra que humaniza, que leva a consultora a perceber sutilezas, sentimentos, insatisfações e até conflitos de imagem, só localizados pelos relatos da pessoa. Entretanto, lembre-se: escutar não é simplesmente ouvir. O sair de si mesmo, exigência da verdadeira escuta, é falar a língua da cliente, entendendo suas dores, expectativas, anseios e necessidades de imagem.

  1. Para não abordar a cliente só pelas vias da técnica, a consultora precisa dos recursos da escuta, como ensina o método Interno Estilo.
  2. Oferecer uma consultoria de imagem sustentada em identidade visual e estilos autênticos só é possível quando a profissional se aproxima da verdade da cliente.
  3. Quando a cliente busca a CI ela tem questões objetivas, como transição de carreira, mudança de cargo, reposicionamento de imagem.
  4. Assim como questões subjetivas de imagem, que precisam ser entendidas pela consultora por meio da escuta.
  5. A ferramenta da escuta Interno Estilo amplia o alcance do trabalho da consultora, contribuindo para o processo de transformação da cliente, que é sempre singular e de dentro para fora.

Como as ferramentas Interno Estilo auxiliam você a aplicar sua técnica

  1. Escuta Interno Estilo – É a ferramenta essencial para entender quem é a cliente e o que ela busca na CI. Ao desenvolver essa habilidade, a consultora ganha recursos para acessar outras três ferramentas, inéditas e exclusivas da metodologia, que são ensinadas e disponibilizadas nas aulas do curso.
  2. Moodboard Interno Estilo – Aprenda dinâmicas e processos mais criativos para trabalhar com a cliente sua imagem. Ao aplicar o moodboard exclusivo da metodologia você ganha mais repertório e recursos para auxiliar a cliente com seu estilo pessoal, o que inclui um guarda-roupa que tenha significado e que ela possa efetivamente implementar.
  3. Espelho, espelho meu’ – Ferramenta inédita da metodologia, o questionário ‘Espelho, espelho meu’ foi desenvolvido e formatado para a cliente compreender e começar a dar conta de seus entraves, dificuldades e desejos de imagem. O questionário é customizável, ou seja, a consultora aprende a elaborar questões personalizadas, que atendem as singularidades da cliente.
  4. Roteiros de imagem e autoestima – No curso Método Interno Estilo você aprende a criar roteiros personalizados de investigação de imagem e autoestima da cliente. Uma ferramenta humanizada, inédita e não invasiva, que te auxilia a trabalhar a imagem da cliente fora de caixinhas, rótulos e padrões.

A ARTE DE ESCUTAR

  • Cria conexão com a cliente. Não existe empatia sem conexão.
  • A consultora estabelece essa conexão quando leva a cliente a falar das dores de imagem dela.
  • Algumas pessoas vivem momentos mais delicados em relação à sua imagem.
  • Outras têm menos conflitos com a imagem.
  • Mas todas têm suas dores de imagem, que precisam ser acolhidas.

Entre a técnica e a cliente tem sempre uma história de vida

Acolher não é colocar palavras na boca da cliente, dar conselhos ou receitas, sejam ligadas às emoções dela, seja antecipando soluções de imagem e estilo. Se a cliente diz, por exemplo, que odeia seu corpo, a consultora pode ajudá-la a localizar e entender essa insatisfação, devolvendo à cliente sua própria fala. De um jeito tranquilo, sem alardes, sem invadir sua privacidade. Por vezes basta dizer algo como “Odeia? Você pode falar mais um pouco sobre isso?”.

  • Esse pequeno aparte pode abrir brechas para a cliente se sentir acolhida, relatando com suas próprias palavras como se sente, as histórias, lembranças e memórias ligadas às suas percepções do próprio corpo, do seu vestir, de sua imagem.

A palavra da cliente é a matéria-prima para a consultora localizar e entender suas dificuldades de imagem, estilo, roupa, corpo, aparência. Quantas vezes a pessoa se sente péssima, fragilizada, e capricha na roupa, na make, no cabelo e recebe elogios de que está linda, bem-vestida, etc, embora seu ‘lado interno’ esteja sofrido? Por isso, a imagem pela imagem é ilusória.

Miriam Lima

Miriam Lima

“Luto por um mundo mais justo e humano e ensinei isto a meus filhos. Determinação e persistência são características das quais me orgulho. Acredito que as mulheres são várias, mas também únicas, daí que dedico meu trabalho a cada uma delas e como todas nós algumas vezes ‘enlouqueço’ com as dinâmicas da vida. Escrever neste espaço sobre imagem pessoal, inconsciente, estilo, comportamento, humanidades me enche de alegria” PS – “LEVEI UMA VIDA PARA ME SENTIR BEM NA PRÓPRIA PELE”

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