Propósito tornou-se uma das palavras favoritas para mover multidões. Mas será que temos real domínio sobre o que ela significa? Ainda mais importante: temos colocado nossos propósitos em prática? Na semana passada, narrei um pouco da minha trajetória para contar como as mudanças profissionais podem ser realizadas em qualquer etapa da vida, desde que guiadas pelo propósito e com muita capacitação. Porém, pensando sobre essa palavrinha, “propósito”, não deixo de perceber que ela tem sido aplicada levianamente, da mesma forma que muitos processos de consultoria de imagem e carreira: às pressas e de maneira desrespeitosa com as particularidades do cliente.
Como bem coloca o portal Pessoa Melhor, propósito está longe de ser sobre fazer apenas aquilo que queremos ou amamos. Na verdade, propósito tem mais a ver com a coerência de nossos valores e objetivos. Antes mesmo de pensarmos na aplicação do conceito no âmbito do trabalho, precisamos, portanto, pensar em um propósito de vida.
Quando agimos de acordo com nossos propósitos, tudo reflete e pode ser interpretado como uma expressão autêntica de nossos porquês. E é apenas vivenciando a concretização cotidiana desses propósitos que enxergamos sentido naquilo que fazemos.
Um olhar honesto sobre o que fazemos e porque fazemos
Se você se sente insatisfeito com a sua rotina no trabalho, lembre-se que não está sozinho. Uma pesquisa da consultoria de recrutamento Elancers mostra que 46% dos homens estão insatisfeitos com o trabalho. O número é ainda maior entre as mulheres, chegando a 49%. Entre os millenials, a insatisfação com o trabalho é somada à ansiedade: os jovens buscam crescer rapidamente nas empresas e têm grandes dificuldades com metas de longo prazo. Mas será que o problema dessas pessoas reside no trabalho que exercem ou no que as motivam a trabalhar?
Em geral, nos apegamos mais ao modo de fazer as coisas do que às motivações de fazê-las. E é por isso que, frequentemente, deixamos de ver sentido em nossas rotinas. Mas se todos temos um propósito que nos guie para além da sobrevivência (que, na contemporaneidade, pode ser definida como ter um imóvel próprio, fazer x viagens ao ano, ter um bom carro, um corpo perfeito e uma família nos moldes heteronormativos), como descobri-lo?
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O processo de entendimento do nosso propósito se inicia quando lançamos um olhar honesto para o nosso interno, de modo que possamos entender quais são as nossas motivações e valores.
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Usamos a expressão “olhar honesto” pois, em uma boa parte dos casos, este olhar para dentro de si é repleto de julgamentos. Lidar com os próprios medos e neuroses definitivamente não é uma tarefa fácil.
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Daí a importância de contar com o acompanhamento de um bom profissional neste processo.