Sempre digo que o método Interno ensina e traz ferramentas para a consultora de imagem alcançar uma boa relação com a cliente. Muitas profissionais interessadas na minha metodologia e no meu curso querem saber como aplicar no dia a dia de seus atendimentos esses ensinamentos. E costumam me perguntar: “Como isso vai fazer diferença no meu trabalho?” Trago o case de uma ex-aluna, e mentoranda, que usou o aprendizado da metodologia para lidar com uma situação que, se malconduzida, teria causado danos para ela e sua cliente. Ela se valeu da humanização, um pilar Interno, para prosseguir com o trabalho, ajudando de verdade a cliente em suas questões relacionadas à autoimagem.
- Muitas vezes, a relação consultora/cliente não se dá sem dificuldades. E daí surgem impasses que podem desandar todo o processo.
- Mas a profissional que tem ferramentas para lidar com isso abre possibilidades de uma consultoria bem-sucedida e de excelentes resultados para a cliente.
Será que existe cliente, consultora ou situação perfeita?
Minha aluna percebeu logo no início que não seria fácil lidar com a cliente, uma empreendedora que queria alinhar sua identidade visual e imagem pessoal ao seu momento de vida. Uma consultora de imagem e estilo jovem, mas experiente, muito comprometida com a profissão, ela sempre me chamou a atenção pelo seu interesse em entender suas clientes e suas dificuldades de autoimagem. Nos primeiros encontros com essa cliente, que foram virtuais, ouviu observações, como:
- Preciso dizer que não me identifico em nada com seu estilo e sua roupa.
- Você parece ser muito jovem, será que tem experiência suficiente para me atender?
- Você repete muito roupa. Será que só tem esse brinco para usar?
- Você não conhece essas marcas de roupa? Sério? Como assim não conhece?
Pode até parecer à primeira vista que toda profissional pode tirar de letra falas como essas vindas de uma cliente. Porém, imagine esse repertório crítico, e até ácido, reverberando em você enquanto precisa oferecer soluções de estilo e imagem à pessoa.
Separe quem você é de quem é a sua cliente
Para lidar com uma situação que poderia não só interditar o processo da consultoria, como afetar de alguma forma suas emoções, minha aluna se valeu, como contou, de seu aprendizado. “Não devemos ‘pessoalizar’ as falas da cliente. Fomos então construindo uma boa relação, porque essas manifestações não tinham a ver comigo. Eram questões da minha cliente”, me relatou a aluna sobre esse atendimento.
Para conduzir bem o trabalho a consultora de imagem deve compreender que a cliente tem movimentos em relação a ela. Por isso não devemos entrar em disputar narcísicas, porque isso empaca o processo para a cliente e para a consultora. Quando entramos em disputa, replicamos técnica, mas vamos oferecer uma imagem visual autêntica para a cliente? Sem o aprendizado dessa expertise, desse manejo de entender o material que a cliente transfere para a consultora, e isso acontece o tempo todo, não tem como alcançar uma consultoria com bons resultados.
Transferência faz parte de toda relação humana
No método Interno, a consultora aprende como se opera a transferência na relação consultora/cliente. Transferência que faz parte de nossas relações humanas, mas o aprendizado de como isso acontece permite desfazer mal-entendidos e dificuldades que atrapalham o processo. Corre-se o risco de que essa relação de transferência, quando ignorada, impeça a continuidade da consultoria.
E segundo minha aluna, se ela tivesse atendido essa cliente antes de sua formação pelo método Interno, o desfecho da consultoria seria outro. Possivelmente nem teria terminado o processo, como me disse. Ela conseguiu entender e separar quem é a cliente de quem é ela. “Isso permitiu que eu não me embolasse com as questões da cliente, ajudando-a de verdade em suas dificuldades de autoimagem” – afirmou.
Desenvolvi o método Interno também para ajudar as consultoras de imagem e estilo a lidar com esses impasses na relação com a cliente. Não vamos saber o porquê, mas ter a compreensão de que muitas manifestações da cliente não tratam de nós, mas delas mesmas. Para lidar bem com isso e ter resultados bons é preciso aprender a passar por essa situação. Manejar isso bem traz possibilidades de ter uma consultoria com resultados realmente transformadores para a cliente: oferecer uma perspectiva de transformação da cliente com sua imagem e aparência.
Nove coisas que o método Interno ensina à consultora de imagem
- A não entrar em disputa com a cliente e a não se deixar melindrar. Quando a consultora, desavisada, disputa poder com a cliente, pode aplicar a técnica, mas vai oferecer uma imagem visual autêntica para a cliente?
- A consultora de imagem não deve tomar as falar, comentários e atitudes da cliente como algo pessoal.
- A consultora de imagem jamais deve dar conselhos. Jamais deve fazer um julgamento sobre a imagem da cliente ou da fala da cliente sobre sua imagem.
- A não ceder a embates com a cliente, mesmo quando ela se mostra agressiva.
- Que amor e ódio são duas faces de uma mesma moeda.
- Que a consultora precisa tomar cuidado com essas formas de amor que a cliente traz.
- Que se a cliente parece estar “amando” você, não é porque ela te ama. Mas porque reconhece ou identifica em você alguém de sua história de vida. O mesmo acontece quando ela parece te “odiar”, entre aspas.
- A consultora de imagem não deve invadir a vida da cliente, mas é de sua alçada acolher a cliente. E deixar passar sem atritos essas manifestações de “amor e ódio”.
- A consultora deve ser autêntica em seu estilo e imagem e nunca tentar se adequar as idealizações e modelos da cliente sobre ela.
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